NÃO PRECISAMOS DAS CINZAS DA QUARTA FEIRA.
As cinzas no imaginário
religioso simbolizam sofrimento, luto, penitência, assim como remete para a
finitude da matéria ao passar pelo fogo.
Nos textos do Antigo Testamento a aplicabilidade de cinzas sobre o corpo representava arrependimento do pecado como nos revela o texto de Mateus 11:21 (NTLH) – “Ai de você, cidade de Corazim! Ai de você, cidade de Betsaida! - Porque, se os milagres que foram feitos em vocês tivessem sido feitos nas cidades de Tiro e de Sidom, os seus moradores já teriam abandonado os seus pecados há muito tempo. E, para mostrarem que estavam arrependidos, teriam vestido roupa feita de pano grosseiro e teriam jogado cinzas na cabeça!”
Em Ezequiel 28,18.
Lemos. “Você foi tão desonesto nas compras e vendas, que os seus lugares de
culto foram profanados. Por isso, pus fogo na cidade e a queimei
completamente. Todos os que agora olham para você estão vendo que você virou
cinzas”.
Em Ezequiel 27:30
(NTLH) “Todos eles choram amargamente por você, jogando pó na cabeça e rolando
nas cinzas em sinal de tristeza.”.
Ester 4:1 (NTLH) - Quando
Mordecai soube de tudo isso, rasgou a roupa em sinal de tristeza, vestiu uma
roupa feita de pano grosseiro, pôs cinza na cabeça e saiu pela
cidade, chorando e gritando”.
Nos primeiros séculos
do Cristianismo aquele que cometesse pecados gravíssimos e/ou escandaloso, eram
obrigados a pagar penitência velada ou pública, que podia durar semanas ou
anos, a depender das autoridades eclesiásticas da época.
Com o passar dos anos as
penitencias podiam ser pagas pelo pecador ou por terceiro a partir de
negociação entre o pecador e o contratado para executá-la.
No passado o pecador procurava
uma igreja buscando arrependimento pelos pecados.
Após receber uma exortação
da autoridade religiosa o pecador era coberto com uma pequena túnica amarrada
com um cordão, tinha cinzas postas obre a cabeça e era mandado embora só
podendo voltar a igreja depois de cumprida a penitência determinada.
No século XII, essa
pratica aplicada aos pecadores públicos e notórios, passou a ser aplicada em
toda a Igreja Católica Romana na quarta-feira antes do período da quaresma, por
isso a quarta-feira de cinzas.
No imaginário católico
romano ao receber as cinzas, o crédulo entra num período de purificação, e como
penitência, a abstenção de comer carne era o maior sofrimento, pois durava 40
dias.
Embora atualmente essa
tradição tenha perdeu força e o os católicos passou a exclui a carne do
cardápio só na semana, chamada de Santa.
Na teologia católica o
costume das cinzas manifesta a condição de pecador confessada exteriormente e a
busca do arrependimento.
É o renascer a partir do
mito egípcio da Fênix: o renascer das cinzas.
Nós cristãos evangélicos
temos a certeza de que não precisamos renascer anualmente, nas as
quartas-feiras de cinzas porque temos a certeza de que em Cristo renascemos
apenas uma vez e para toda a eternidade
O que nos diz Jesus quanto a confissão de pecados: “Tu, porém, quando
orares, entra no teu quarto e, fechada a porta, orarás a teu Pai, que está em
secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará” (Mat.6,6).
Com certeza a recompensa do Deus misericordioso não é a exposição
pública do pecador, pois, por conta de Sua misericórdia não somos consumidos.
Se para os hebreus a prática de cobrir-se de cinzas era a manifestação
pública da consciência do pecado na esperança do perdão de Deus.
Para nós cristãos a verdadeira consciência do pecado é obra do Espírito
Santo e o perdão só em Cristo Jesus.
Por isso, não precisamos das cinzas da quarta feira.
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