quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023

Não precisamos das cinzas

NÃO PRECISAMOS DAS CINZAS DA QUARTA FEIRA.

As cinzas no imaginário religioso simbolizam sofrimento, luto, penitência, assim como remete para a finitude da matéria ao passar pelo fogo.

Nos textos do Antigo Testamento a aplicabilidade de cinzas sobre o corpo representava arrependimento do pecado como nos revela o texto de Mateus 11:21 (NTLH) – “Ai de você, cidade de Corazim! Ai de você, cidade de Betsaida!  - Porque, se os milagres que foram feitos em vocês tivessem sido feitos nas cidades de Tiro e de Sidom, os seus moradores já teriam abandonado os seus pecados há muito tempo. E, para mostrarem que estavam arrependidos, teriam vestido roupa feita de pano grosseiro e teriam jogado cinzas na cabeça!”

Em Ezequiel 28,18. Lemos. “Você foi tão desonesto nas compras e vendas, que os seus lugares de culto foram profanados. Por isso, pus fogo na cidade e a queimei completamente. Todos os que agora olham para você estão vendo que você virou cinzas”. 

Em Ezequiel 27:30 (NTLH) “Todos eles choram amargamente por você, jogando pó na cabeça e rolando nas cinzas em sinal de tristeza.”.

Ester 4:1 (NTLH) - Quando Mordecai soube de tudo isso, rasgou a roupa em sinal de tristeza, vestiu uma roupa feita de pano grosseiro, pôs cinza na cabeça e saiu pela cidade, chorando e gritando”.

Nos primeiros séculos do Cristianismo aquele que cometesse pecados gravíssimos e/ou escandaloso, eram obrigados a pagar penitência velada ou pública, que podia durar semanas ou anos, a depender das autoridades eclesiásticas da época.

Com o passar dos anos as penitencias podiam ser pagas pelo pecador ou por terceiro a partir de negociação entre o pecador e o contratado para executá-la.

No passado o pecador procurava uma igreja buscando arrependimento pelos pecados.

Após receber uma exortação da autoridade religiosa o pecador era coberto com uma pequena túnica amarrada com um cordão, tinha cinzas postas obre a cabeça e era mandado embora só podendo voltar a igreja depois de cumprida a penitência determinada.

No século XII, essa pratica aplicada aos pecadores públicos e notórios, passou a ser aplicada em toda a Igreja Católica Romana na quarta-feira antes do período da quaresma, por isso a quarta-feira de cinzas.

No imaginário católico romano ao receber as cinzas, o crédulo entra num período de purificação, e como penitência, a abstenção de comer carne era o maior sofrimento, pois durava 40 dias.

Embora atualmente essa tradição tenha perdeu força e o os católicos passou a exclui a carne do cardápio só na semana, chamada de Santa.

Na teologia católica o costume das cinzas manifesta a condição de pecador confessada exteriormente e a busca do arrependimento.

É o renascer a partir do mito egípcio da Fênix: o renascer das cinzas.

Nós cristãos evangélicos temos a certeza de que não precisamos renascer anualmente, nas as quartas-feiras de cinzas porque temos a certeza de que em Cristo renascemos apenas uma vez e para toda a eternidade

O que nos diz Jesus quanto a confissão de pecados: “Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto e, fechada a porta, orarás a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará” (Mat.6,6).

Com certeza a recompensa do Deus misericordioso não é a exposição pública do pecador, pois, por conta de Sua misericórdia não somos consumidos.

Se para os hebreus a prática de cobrir-se de cinzas era a manifestação pública da consciência do pecado na esperança do perdão de Deus.

Para nós cristãos a verdadeira consciência do pecado é obra do Espírito Santo e o perdão só em Cristo Jesus.

Por isso, não precisamos das cinzas da quarta feira.

 


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